A escolha da salvação

Ao longo de muitos anos na Igreja, pude observar a caminhada de muitas pessoas que já cruzaram minha vida. É extremamente delicado falar das diversas situações, pois as experiências de vida de cada um são singulares. Felizmente, muitos são os que se mantiveram firmes até hoje na fé, ou até se afastaram por um tempo, mas logo voltaram. Outros, e infelizmente não poucos, deixaram-se levar pelos encantos do mundo. Ainda vivem na falsa liberdade do “tudo eu posso sem me envolver” ou, como disse uma amiga certa vez, incorporaram uma tradução distorcida de “Carpe Diem” e vivem o aqui e agora levando uma conduta de vida totalmente desregrada.

Com certeza são muitas as tribulações, dificuldades e frustrações enfrentadas ao longo do caminho e sempre me questionei a cerca do julgamento no dia em que Jesus voltar. Não é possível ter muitas certezas sobre o dia de amanhã, mas esse dia de prestação de contas é sim mais do que certo. Não importa se você acredita em Deus ou não, se leva uma vida digna ou não, sujeitando-se a toda sorte de atitudes impensadas e vícios, se estará vivo ou não! Um dia será você cara a cara com Deus. Sabendo disso, parece bem sensato estar preparado.

Sobre as dificuldades no caminho, o próprio Jesus disse “Neste mundo tereis aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.” (Jo 16:33). Creio que já bastaria olhar para o exemplo de Jesus e ver como não foi fácil passar pela cruz. E ele o fez para que no dia do julgamento tenhamos a salvação. Por muitas vezes eu permanecia em cima da mesma tecla sobre regrar perfeitamente minhas ações. Achava que minha conduta, agradando ao pai, seria o suficiente. Só que, de fato, ninguém é justo baseando-se só na Lei ou nas obras. “...ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à Lei... mas agora se manifestou uma justiça que vem de Deus, independente da Lei... justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem.” (Rm 3:20-22). É dito também: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2:8-9).

- - - - - - -

“Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus,
sendo justificados gratuitamente por sua graça,
por meio da redenção que há em Jesus Cristo.” (Rm 3:23)

- - - - - - -

Eu bem sei como é difícil estar no mundo e tentar romper os laços da influência de diversos fatores. Só que há uma realidade por trás de tudo isso. É como um jogo e você é a razão da disputa. De um lado, Deus o espera e não vê a hora de você voltar, como na parábola da ovelha perdida (Lc 15:3-7). Do outro, o Diabo se alegra a cada dia que passa e você se mantém alheio à essa realidade, adiando qualquer decisão. Deus é rico em misericórdia e amor, e saiba que ele está de braços abertos para acolhê-lo. Embora o contexto na seguinte passagem seja o do julgamento hipócrita, “ou será que você despreza as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, não reconhecendo que a bondade de Deus o leva ao arrependimento?” (Rm 2:4) mostra o quanto Deus insiste nas nossas vidas. “... ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.” (2Pe 3:9).

Em sua perfeição, ele é um Deus que não precisa de nós... mas ele nos quer! Todavia, sabemos que nem todos serão salvos. A nós é dado o livre arbítrio. A escolha final é nossa.