Deixando o pecado

De certa forma, falar do pecado é como cutucar o calo de cada um. Quem está realmente disposto a rever seus valores e abdicar de hábitos que já o acompanham há tanto tempo? E que também, aparentemente, não fazem mal a ninguém? Muitas vezes o pecado é encarado como os atos de trangressões mais perversos, dentre os quais matar, roubar, adulterar, trair, enganar... E se essas não estão na lista de nossas práticas, tudo certo e vamos em frente! Seria isso mesmo? Não teria nada, por mínimo que seja, a reconsiderar?

Há alguns sentidos diferentes de “pecado” na bíblia, observando às escrituras nas línguas originais. A tradução para outras línguas é um processo bastante delicado, mas creio que plenamente inspirado pelo Espírito Santo. No entando, se há dúvidas e polêmica acerca de algo, seria sensato pesquisar o assunto a fundo, utilizando também as raízes do texto. Assim, vemos no grego que a palavra “pecado” foi empregada de algumas formas diferentes. Uma das mais simples significa “errar o alvo”. Diria então, a partir daí, que se não estamos seguindo o caminho que Deus traçou pra nós, erramos o alvo. E ainda mais, se não damos a devida atenção, estamos pecando. Não estamos em conformidade com a vontade dele. Sei que muitos ainda vivem a busca do que ele realmente quer de/para nossas vidas, e eu tenho me perguntado muito acerca disso. Creio que devemos continuar nesse caminho de busca e por certo isso já alegra o coração de Deus. Creio também que ele mostrará sua vontade pra nós no tempo certo. Até lá, cabe a todos seguir os princípios básicos de uma conduta cristã, e seguir exemplos de bom testemunho. Paulo disse: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (I Co 11:1).

Passaríamos horas e horas discutindo tudo o que a bíblia diz a respeito do pecado. Tendo em vista os diferentes propósitos de Deus para cada um, errar o alvo geraria também uma lista quase sem fim. Não é correto apontar os erros uns dos outros e nos basear nisso para nos julgar melhores ou mais santos. Devemos, porém, exortar uns aos outros em amor! Um texto que li esses dias, onde Deus fala sobre muitas questões da vida cristã, é a carta de Paulo aos Romanos. Nunca pensei que consideraria um livro da bíblia de 16 capítulos tão curto, como um simples devocional. E dou glória a Deus por isso na minha vida! Quando comparo esse momento que estou vivendo hoje ao de alguns meses atrás, vejo o quanto Deus é milagroso. E depois de muitos questionamentos, senti mais forte do que nunca o ser “escolhido” e “separado” por ele. Não me sinto preparado ou até mesmo digno de algo, mas peço todos os dias que eu seja como um vaso quebrado e moldado conforme o seu propósito. É pela graça e vontade dele que é manifesta a fé em nossos corações, e então passamos a atentar para todas as coisas do plano espiritual. E quando o Espírito Santo habita em nós, somos convencidos do pecado. Ao falar da ascensão aos céus, Jesus menciona o Espírito Santo: “... mas se eu for, eu o enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” (Jo 16:7-8).

Uma vez convencidos dos nossos pecados e batizados em Cristo Jesus, devemos viver uma vida separada do pecado. E a bíblia nos dá várias ferramentas para tal. “Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, afim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma nova vida. (...) Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado.” (Rm 6:3-4 e 6). Não creio que a luta seja fácil. Em primeiro lugar o sei no meu dia-a-dia e em segundo observando o exemplo de grandes homens de Deus. Paulo fala do duelo existente entre a carne e o espírito: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da Lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado.” (Rm 7:25).

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“Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz,
mas o pecado que habita em mim.” (Rm 7:20).

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Sei que temos nossas limitações humanas, e o único perfeito na Terra foi Jesus. Mas como seus bons imitadores, devemos nos afastar das práticas mundanas e cogitar das coisas do Espírito. “Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja.” (Rm 8:5). E tenhamos em mente que mesmo no momento das tentações, Ele nos assiste: “ Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; Ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.” (I Co 10: 13).

Devemos nos avaliar todos os dias, sabendo que a avaliação é totalmente individual e pessoal. Também sejamos sinceros diante de Deus. Busquemos a renúncia de tudo aquilo que não é vontade de Deus para nossas vidas e, assim, estaremos cada vez mais próximos do exemplo perfeito - Cristo Jesus!!!