Pais e Pais

São inúmeros os exemplos de grandes pais na bíblia, a começar pelo próprio Deus que nos adotou como seu povo, enviou seu filho unigênito para morrer por nós e assim termos acesso à salvação (Jo 3:16). Amor “louco”, né? Em seguida temos Abraão, Moisés, Josué e alguns outros homens que assumiram o compromisso com o Senhor de carregar sobre si mesmos toda uma nação. Mas falando de sangue do sangue, tenho lido a história de Davi e muito me impressionou seu amor por seus filhos. O menino Davi foi realmente um homem segundo o coração de Deus.

Fazendo um breve histórico, dentre os muitos filhos de Davi, típico dos nossos progenitores do passado, havia Absalão. Nenhuma reclamação grave sobre o rapaz até então. Porém, os relatos de revolta começam após sua irmã Tamar, que se tornara bela e formosa, ser violentada pelo meio-irmão Amnom. Absalão guardou dentro de si toda sua revolta por dois anos (esse prato ele comeu gelado ;P), quando conseguiu reunir todos os irmãos em uma festa e Amnom foi então assassinado por seus servos. Vale lembrar que Amnom era também o filho mais velho de Davi, o que daria a ele o direito de sucessão ao trono – claro, se o Senhor assim quisesse.

O rei havia recusado o convite e não estava presente. Não é de se surpreender tamanha tristeza que sentiu quando tomou conhecimento do fato. Absalão fugiu para Gesur, quando depois de três anos retornou e se reconciliou com Davi. Porém, não demora muito a se dedicar ao intento de usurpar o trono do pai, conseguindo apoio de grande parte do povo. Davi se retirou de Jerusalém e Absalão consegue então, sem resistência, assumir o trono por certo tempo, apesar de bem curto.

Em Maanaim, Davi consegue se restabelecer unindo grande força entre os seus. Ainda assim, ficou clara a ordem dada a todos de não tirar a vida de seu rebelde filho. Joabe, que liderava uma das três frentes de comando, deixou-se levar pela ambição e matou Absalão, que havia ficado preso entre uns galhos na tentativa de fuga.

O fim trágico de Absalão é fato, mas muito me chamou atenção a forma como Davi se portou diante da atitude do filho. Enquanto Absalão alimentou seu sentimento de vingança contra o irmão e ambição em suceder o pai, tentando até passar por cima deste, e ainda não mostrando arrependimento, Davi se contrapõe em amor e benevolência. Creio que a compaixão, o perdão e a tristeza de Davi em ver o filho perdido foram traduzidos em reação e palavras:

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“Então, o rei, profundamente comovido, subiu à sala que estava por cima da porta e chorou; e, andando, dizia: Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2Sm 18:33)

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Não sei qual exemplo de pai você tem em casa, ou filho, mas verdadeiramente Deus tem um propósito em tudo. Acima de qualquer coisa, somos cristãos e devemos seguir o exemplo de Cristo e daqueles que o imitaram, como Paulo diz: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (ICo 11:1). Não dê vazão a sentimentos ruins e muito menos os alimente de forma indevida. Se há algum ressentimento, ore a Deus para trabalhar isso em você - os efeitos serão outros e garanto que o resultado final será mais satisfatório.

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“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” (Ef 6:1-4)

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Deus abençoe a todos!